domingo, 5 de setembro de 2010

Sociedade dos Poetas Mortos Uma visão sobre as relações interativas no processo ensino-aprendizagem por Maria Nilza Oliveira de Carvalho*

Qual o papel de professores e alunos numa sala de aula?
Há séculos pesquisadores e cientistas da educação, filósofos e intérpretes do comportamento social, aí incluída a escola e seu universo educativo, têm se debruçado na busca de métodos e idéias capazes de melhora o desempenho dos alunos na escola e na vida.
" Desde o princípio do século XX temos assistido a um debate sobre o grau de participação dos alunos no processo de aprendizagem". A constatação de Rosélia A.Cação Fontana leva,em seguida, a um debate sobre a "Influência da concepção construtivista na estrutura das interações educativa na sala de aula".
Qual seria o resultado do rompimento de padrões convencionais provocados por professores numa sala de aula de uma escola conservadora?
O filme Sociedade dos Poetas Mortos, produzido por Peter Weir, põe a questão em debate. O professor Jonh Keat,contratado pela escola, expande alegria e determinação.Rompe com o método clássico da catédra, sobe sobre a mesa, instiga a curiosidade e a inteligência dos alunos, passeia com desenvoltura pelas obras clássicas da literatura, retirando de cada poema e dos textos colocados aos alunos indagações que conduzem a classe a raciocinar em conjunto.
Quando ingressa na sala de aula pela primeira vez, o professor Jonh Keat estimula os estudantes a "viver mais", a tornar suas vidas "algo extraórdinário", que aproveitem o dia (carp diem).
Se por um lado, o professor avança na concepção de uma escola que não iniba a criatividade do aluno, aplicando métodos eficazes e até "revolucionários", num ambiente historicamente universal, onde os jovens passavam suas horas longe de brincadeiras, da convivência familiar, educado para ser disciplinado, para zelar pelo "respeitável" nome da escola;por outro todos se viam na encruzilhada de romper com esse modelo sem provocar traumas e a sem massificar o alunado.
A escola interativa predomina, então, com a diversidade das disciplinas (esporte, músicas, teatro), a linguagem trabalhada através da poesia. A liberdade sem excessos, a criatividade aguçando a inteligência, a participação direta e eficaz do professor, planos, sonhos, fantasias e expectativas da classe. A motivação excita os alunos, que passam a viver uma nova fase de aprendizagem. Certamente que o contraponto das críticas e da preocupação dos dirigentes da Escola é posto, a demonstrar o antagonismo do ideário educativo.
O processo ensino-aprendizagem toma nova direção e nos devolve à leitura da autoria citada, Rosália Fontana, quando afirma que "a elaboração do conhecimento exige o envolvimento pessoal, o tempo e o esforço dos alunos, assim como ajuda especializada, estimulos e afetos por parte dos professores e demais colegas".
Uma pedagogia que não busca recursos novos na dinâmica de sua aplicação, tende a retardar o desenvolvimento da própria sociedade.
"Carp Diem".

BIBLIOGRAFIA DE APOIO:
FONTANA, Rosélia A. Cação. Mediação Pedagógica na sala de aula.2ª edição. Campinas, São Paulo. Autores Associados, 1996.
FILME: Sociedade dos Poetas Mortos. Produtor: Peter Weir
* Maria Nilza Oliveira de Carvalho é professora e titular da Academia de Ciencias do Piauí. - Autora de Labirintos do Amor- Poemas e Olhares Múltiplo - Ensaios.

Nenhum comentário: