domingo, 5 de setembro de 2010

Língua e Literatura

Leia o texto a seguir

Conquistando um coração
Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por quê?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.
Luís Fernando Veríssimo
COMPREENSÃO DO TEXTO

1-De acordo com o texto para roubar um coração, a pessoa tem que ter:
a) Maldade
b) Doçura
c) Habilidade
d) Sociabilidade
e) Impetuosidade
2- No trecho “... Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente...”, a palavra sublinhada pode ser substituída sem perda de sentido na frase por, exceto:
a) Agradavelmente
b) Brandamente
c) Meigamente
d) Delicadamente
e) Malcriadamente
3- Segundo o autor, para se conquistar um coração definitivamente são necessárias duas características essenciais ao ser humano:
a) Esperança e destreza
b) Habilidade e estranheza
c) Garra e esperteza
d) Esperteza e fortaleza
e) Presteza e fortaleza
4-O autor compara a conquista a um objeto feito pelas mãos femininas. Que objeto é esse:
a) Um pano de prato
b) Uma colcha de retalhos
c) Uma toalha de banho
d) Uma blusa feminina
e) Uma toalha de mesa

CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS

- A frase “... Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração...”, o conectivo destacado é classificado como uma oração coordenada sindética:
a) Explicativa
b) Conclusão
c) Adversidade
d) Alternativa
e) Aditiva
6- Observe o trecho “... Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria...”,a palavra destacada classifica uma oração:
a) Oração coordenada sindética aditiva
b) Oração coordenada sindética adversativa
c) Oração coordenada sindética explicativa
d) Oração coordenada sindética conclusiva
e) Oração coordenada sindética alternativa

LITERATURA

Leia o texto a seguir:
A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica, mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.

Porque a beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
E a força e a graça na simplicidade.

Olavo Bilac
10-Considerando os aspectos formais do texto, responda:
a – Como se chama esse tipo de composição?
( ) Rima
( ) Soneto
( ) samba
( ) Estrofe
( ) Verso
b- Qual a métrica utilizada pelo poeta no poema?
( ) Versos alexandrinos
( ) Versos decassilabicos
( ) Redondilha maior
( ) Redondilha menor

11- Sabemos que Beneditino é o monge da ordem de São Bento. No entanto, Olavo Bilac não se refere a um monge no texto; a palavra beneditino foi empregada em sentido figurado. No contexto acima, qual o significado de beneditino?
a) Homem rude
b) Homem simpático
c) Homem inteligente
d) Homem paciente
e) Homem humilde

Releia a segunda estrofe e responda as questões 7,8,9
12-O que deve mascarar todo o esforço e a dedicação do poeta?
a) A forma do poema
b) A simplicidade
c) A graça
d) A leveza
e) A emoção

13- Segundo o poeta, qual deve ser o referencial de perfeição?
a) A verdade
b) a beleza
c) O suplício
d) O Templo grego
e) O emprego
14- A utilização desse referencial remete a que característica do Parnasianismo?
a) A subjetividade
b) a emoção
c) O retorno aos motivos clássicos
d) O amor como centro de tudo
e) O determinismo

Nenhum comentário: